quinta-feira, 16 de julho de 2009

Museu da Imagem e do Som grava milésimo Depoimento para Posteridade

Créditos À SEC-RJ

Museu da Imagem e do Som

Para resguardar a história de um dos mais importantes artistas plásticos contemporâneos do país, o Museu da Imagem e do Som (MIS) convidou o pintor Luiz Aquila para participar do projeto Depoimentos para Posteridade. Na tarde desta quarta-feira (15/7), o desenhista, gravador e professor relembrou momentos marcantes de sua vida pessoal e profissional, naquele que foi o milésimo depoimento gravado pelo projeto do museu.

Durante sua participação no programa, Luiz Áquila, de 66 anos, respondeu perguntas da escritora e membro da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado; do professor universitário Avatar Moraes; da diretora da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, Cláudia Saldanha; e do crítico de arte Frederico Moraes.

- A ideia do depoimento no Museu da Imagem e do Som é ótima. O projeto já recebeu testemunhos de pessoas respeitadas pela comunidade. É como se a sua cidade e seu estado oferecessem a chancela para a sua vida. Há poucas entrevistas com artistas plásticos, o que me surpreendeu. Por isso, participar do programa é um privilégio - afirmou Aquila.

A paixão pelas artes plásticas foi descoberta ainda na adolescência. Aos 16 anos, Luiz Aquila da Rocha Miranda foi incentivado por seu pai, o arquiteto Alcides da Rocha Miranda, a frequentar aulas de pintura e xilografia com os mestres Aluísio Carvão e Oswaldo Goeldi. Anos depois, o artista se especializou no Instituto de Arte e Arquitetura da Universidade de Brasília (UNB).

Em 1965, Aquila recebeu uma bolsa de estudos do governo francês para mostrar seu talento na Cidade Internacional das Artes, em Paris. Na mesma época, trabalhou na Sociedade de Gravadores Portugueses e promoveu sua primeira exposição na Galeria 111, em Lisboa. Três anos depois, retornou ao Brasil para lecionar desenho e plástica da UNB. Nos anos 70, Luiz Aquila ganhou outra bolsa do Conselho Britânico para estudar litografia na Slade School of Fine Art.

- Minha carreira teve muitos momentos importantes e inesquecíveis, como as viagens, a participação nas bienais e o acolhimento pelas galerias de artes brasileiras. Eu não sinto minha vida como um gráfico, que tem altos e baixos. Só o fato de viver de pintura é importante. Era um desejo que tinha e uma das minhas maiores conquistas - disse o artista plástico.

Hoje, Aquila também compartilhou com o público do museu suas experiências como coordenador do Centro de Criatividade de Brasília, expositor da 27ª Bienal de Veneza e de três edições da Bienal Internacional de São Paulo e professor de pintura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Na década de 90, o desenhista trabalhou no Museu de Arte Moderna. Atualmente, Aquila está expondo suas obras em galerias de Belo Horizonte, São Paulo e Brasília.

Ao longo de sua carreira, o artista plástico recebeu importantes títulos, como um prêmio no 2° Salão Nacional de Artes Plásticas do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e os títulos de Oficial da Ordem do Rio Branco e Ordem de Chevalier des Arts et Lettres do Ministério da Cultura da França.

Depoimentos no MIS

Há 43 anos, o programa de história oral do Museu da Imagem e do Som tem preservado a memória de importantes nomes da literatura, música, cinema e artes plásticas. O acervo de mil depoimentos possui mais de quatro mil horas de material gravado em áudio e vídeo, de personalidades como Cartola, Nelson Rodrigues, Tarsila do Amaral e Cacá Diegues.

As entrevistas ficam à disposição do público nas salas de consulta do MIS. O depoimento do artista plástico Luiz Aquila fará parte do acervo 48 horas após sua participação do projeto Depoimentos para Posteridade.

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