quinta-feira, 2 de julho de 2009

Indústria do Rio inicia recuperação em maio, registra alta de vendas reais de 3,3%

Créditos ao Portal Fator Brasil

Rio de Janeiro

A indústria fluminense registrou alta de vendas reais de 3,3% em maio, na comparação com o mês de abril, após o ajuste sazonal. O volume de pedidos foi o segundo melhor de 2009, atrás apenas de março, com destaque para os setores de Veículos Automotores e Outros Equipamentos de Transporte. A comparação com maio de 2008 foi desfavorável (-12,4%), e o acumulado dos cinco primeiros meses do ano ficou 16,8% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

As horas trabalhadas cresceram 5,8% em relação a abril, também pelo maior número de dias úteis em maio. Descontados os efeitos sazonais, a alta ficou em 2%. Comparando o acumulado do ano, as horas trabalhadas retraíram-se 4,8%. Em paralelo, a utilização da capacidade instalada com ajuste sazonal elevou-se de 79,1% para 79,9%. Os dados mostram uma tendência de aumento na atividade.

Em pessoal ocupado, a elevação foi de 0,2% em relação a abril. Outras pesquisas realizadas pela Firjan já indicavam a tendência das empresas de contratar por conta de previsões de pedidos maiores. Na média dos primeiros cinco meses do ano, o número de pessoas ocupadas na indústria fluminense superou em 0,3% o observado em período equivalente de 2008. Em contraste, o total de salários pagos permaneceu estável frente ao mês anterior. Na comparação com mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 3%.

Para a diretora de Desenvolvimento Econômico da Firjan, Luciana de Sá, os dados de maio revelam sinais de recuperação: “As medidas implementadas pelo Governo, tais como a redução de IPI para alguns segmentos industriais, assim como a queda da taxa básica de juros, poderão amenizar os efeitos da crise econômica e contribuir para uma retomada mais substancial a partir do segundo semestre”.

Vendas Reais: De acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, no mês de maio, as Vendas Reais da Indústria do Estado do Rio de Janeiro apresentaram alta de 8,91% em relação a abril. Na série ajustada para a sazonalidade, a variável elevou-se 3,32%. Foram responsáveis pelos aumentos mais expressivos os setores de Veículos Automotores (+24,90%), Outros Equipamentos de Transporte (+22,24%), Produtos Químicos (+18,60%), Edição e Impressão (+14,30%) e Vestuário (+10,28%). Nos três primeiros setores ocorreu forte aumento de encomendas. No caso de Edição e Impressão houve fechamento de novos contratos. Por último, em Vestuário, uma importante empresa fez forte investimento no seu setor de produção e já começou a perceber resultados positivos. Por outro lado, cinco setores sofreram queda nesta comparação, com destaque para Material Eletrônico e Comunicação (-71,55%), em função da forte redução de projetos em decorrência da crise econômica.

Na análise de doze meses, isto é, quando se tomou como base de comparação maio de 2008, a pesquisa de Indicadores Industriais registrou retração de 12,36% das Vendas Reais. Nesta análise, a queda foi liderada pelos setores de Material Eletrônico e Comunicação (-77,75%), Refino, Combustível Nuclear e Álcool (-58,25%), Máquinas, Aparelhos e Material Elétrico (-48,03%), Produtos de Metal (-43,37%) e Têxteis (-36,33%). Em apenas quatro setores as Vendas Reais cresceram no período considerado: Outros Equipamentos de Transporte (+73,49%), Máquinas e Equipamentos (+36,10%), Edição e Impressão (+28,39%) e Vestuário (+14,69%). Quando comparou-se os primeiros cinco meses de 2009 ao mesmo período de 2008, a queda das Vendas Reais alcançou -16,83%. Os setores com as reduções mais significativas nesta análise foram Refino, Combustível Nuclear e Álcool (-56,30%), Máquinas, Aparelhos e Material Elétrico (-34,79%) e Material Eletrônico e Comunicação (-31,06%). Em contrapartida, Máquinas e Equipamentos (+64,92%), Outros Equipamentos de Transporte (+23,63%), Edição e Impressão (+18,72%) e Vestuário (+9,54%) foram os setores que se destacaram pelo aumento no período em análise.

Utililização da Capacidade Instalada: No mês de maio, o nível médio de Utilização da Capacidade Instalada naIndústria do Estado do Rio de Janeiro ficou em 79,84%, apontando para estabilidade em relação a abril, quando foi observado o valor de 79,72%. Todavia, este resultado ficou abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado (80,02%). Na série que desconta os efeitos da sazonalidade a variável passou de 79,13% em abril para 79,91% em maio.

Dentre os dezesseis setores pesquisados pela FIRJAN, seis apresentaram nível de ocupação acima da média da indústria de transformação: Vestuário (90,10%), Produtos de Metal (90,06%), Papel e Celulose (88,19%), Outros Equipamentos de Transporte (88,00%), Veículos Automotores (87,13%) e Máquinas e Equipamentos (80,71%). Por outro lado, os setores com grau de Utilização da Capacidade abaixo de 70% foram Máquinas, Aparelhos e Material Elétrico (69,29%), Produtos Químicos (67,94%) e Minerais não Metálicos (61,30%). A média do período janeiro-maio de 2009 alcançou 79,37% e ficou abaixo da registrada no mesmo período do ano passado (80,07%). Os setores que revelaram as maiores médias da variável foram Vestuário (90,17%), Produtos de Metal (89,53%), Outros Equipamentos de Transporte (87,40%), Papel e Celulose (84,78%) e Refino, Combustível Nuclear e Álcool (83,74%). Em contraste, apenas os setores de Máquinas, Aparelhos e Material Elétrico (68,49%), Produtos Químicos (66,86%) e Minerais não Metálicos (66,49%) registraram médias abaixo de 70%. Na mesmo período de 2008, eram apenas dois setores na mesma em situação: Produtos Químicos (63,60%) e Material Eletrônico e Comunicação (42,04%).

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