sexta-feira, 26 de junho de 2009

Usina transforma lixo da Baía de Guanabara em energia elétrica

Créditos à Subsecretaria de somunicação social

Ilha do Fundão

Mais um empreendimento pode se somar ao projeto do Governo do Estado de recuperação dos canais do Fundão e do Cunha dentro de um programa maior de limpeza da Baía de Guanabara: parte dos resíduos recolhidos na Baía que até dois meses atrás tinham como destino a Usina de Triagem e Compostagem da Comlurb, em Paciência, hoje abastece a Usinaverde, na Ilha do Fundão, que o transforma em energia elétrica.

O lixo recolhido por meio de uma parceria entre a Federação dos Pescadores do Estado e a Petrobras na área dos canais e no entorno da Ilha do Fundão ganha outro aliado para eliminá-lo por completo com as obras de dragagem desta área da Baía de Guanabara.

Instalada em um terreno da Fundação Bio-Rio/UFRJ, o protótipo da Usinaverde tem capacidade para processar 30 toneladas de lixo, por dia, com uma geração de energia que seria suficiente para atender 20 mil habitantes.

Atualmente, a Usinaverde opera com 40 toneladas de lixo por semana, que geram energia para manter a empresa em funcionamento. O importante, ressalta o gerente de operações, Jorge Nascimento, é livrar o meio ambiente de produtos nocivos, como o chorume produzido nos lixões.

Em escala industrial, a Usinaverde é capaz de produzir 3,4 megawatts de energia a partir de 150 toneladas de lixo por dia, o que seria suficiente para atender a cerca de 13 mil residências.

O processo de geração de energia por tratamento térmico do lixo passa por duas etapas: a primeira separa o lixo, já que apenas matéria orgânica e resíduos não-recicláveis (papel e plástico que tiveram contato com matéria orgânica) são encaminhados para incineração. Esses materiais são, então, fragmentados e triturados, dando forma ao Combustível Derivado dos Resíduos (CDR).

Na segunda etapa, o CDR é incinerado e os gases quentes são aspirados para uma caldeira de recuperação, onde é produzido o vapor que aciona o turbogerador (com potência efetiva de 0,6 MW, por tonelada de lixo tratado). Os gases limpos são, então, lançados na atmosfera. Já os resíduos inertes podem ser aproveitados na produção de material de construção. Com 150 toneladas de lixo por dia, é possível fabricar pisos e tijolos para 28 casas populares de 50m2 por mês.

A nova tecnologia é uma alternativa já adotada em outros países. Os aterros sanitários, até mesmo os mais controlados, são uma ameaça ao meio ambiente por causa da contaminação do solo. Além isso, há também a questão da escassez de terrenos disponíveis para sua instalação. As usinas de tratamento térmico do lixo exigem áreas menores e operam sem odor e ruído.

- Esse tipo de investimento é muito mais adequado para uma proposta sustentável de tratamento do lixo. Nas tecnologias estrangeiras de tratamento térmico de lixo o gasto de eletricidade é maior e os custos são muitos caros. Mas, a nossa proposta, genuinamente brasileira, permite maior economia de energia e o processo de filtragem desenvolvido também reduz o custo de operação - completa Nascimento.

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