sexta-feira, 19 de junho de 2009

Rio 2016: Apresentação da cidade foi a mais aplaudida pelo COI

Créditos ao Núcleo de Imprensa e Assessoria da Prefeitura do Rio

Lausanne, Suíça - A exibição da campanha do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos de 2016 contagiou os eleitores do Comitê Olímpico Internacional (COI), que a interromperam em dois momentos com palmas. As demais cidades finalistas (Chicago, Tóquio e Madri) não receberam a mesma empolgação da platéia. Foram aplaudidas apenas timidamente no final. Ao som de Cidade Maravilhosa, os membros do COI fizeram um passeio pelo Rio durante os 45 minutos de apresentação no Museu Olímpico. Além de números e detalhes técnicos do projeto, imagens em fotos e vídeos destacaram a beleza das paisagens e a irreverência carioca. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes saíram confiantes e emocionados.

- A ideia era eu cantar um pequeno trecho de Cidade Maravilhosa antes de começar a falar, aproveitando o vídeo exibido antes. Mas a emoção não deixou. Só consegui traduzir o significado da letra. O que a gente fez o tempo todo foi isso: tentar traduzir a paixão pela nossa cidade ao mesmo tempo em que defendíamos as questões técnicas – declarou Eduardo Paes.

Um dos grandes momentos foi quando Cabral anunciou que seria exibida uma mensagem de quem “Barack Obama recentemente descreveu como o mais popular político da Terra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. No vídeo, Lula ressalta o poder transformador dos Jogos Olímpicos para a população de todo o continente sulamericano e reforça o compromisso dos três níveis de governo - federal, estadual e municipal - com a realização das Olimpíadas.

- A gravação do presidente Lula gerou um impacto extraordinário. Os membros do COI, antes de cada pergunta, elogiavam o nosso projeto. Fiquei realmente impressionado com o nível de credibilidade da nossa candidatura - disse o governador, visivelmente emocionado.

Os jornalistas se mostraram surpresos com a ausência de um esperado vídeo do presidente Obama. Na coletiva com a comitiva norteamericana, a imprensa questionou ainda a falta de garantias financeiras da candidatura. O Comitê Rio 2016 já tem um Fundo Oficial de 700 milhões de dólares que pode ser usado imediatamente caso a cidade seja escolhida. São recursos federais, estaduais e municipais.

Para a imprensa estrangeira presente na Suíça, a crise mundial, que afeta mais especialmente Japão, Estados Unidos e Europa, estaria abalando as campanhas de suas respectivas cidades finalistas. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou ao COI que a economia brasileira cresceu 5,1% em 2008.

- Nos últimos sete anos, 30 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza. A classe média é hoje maioria. Temos todas as condições de receber os Jogos - afirmou Meirelles.

A delegação do Rio foi a terceira a se apresentar, depois de Chicago e Tóquio e antes de Madri. Além de 45 minutos de exposição, houve outros 45 minutos para perguntas e respostas. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, falou da importância dos Jogos para “inspirar os jovens não só no Brasil, mas em toda a América do Sul”.

A comitiva carioca foi sabatinada com questões sobre meio ambiente, infraestrutura e o fato de o Brasil já estar recebendo a Copa do Mundo dois anos antes. Não foram feitas perguntas relacionadas à segurança.

Já Madri teve que responder sobre atentados terroristas. Mesmo sem ser perguntado, Cabral reforçou, durante a apresentação, as suas responsabilidades nas áreas de segurança e transporte.

- Estamos construindo um moderno sistema de transporte para os Jogos e para toda a cidade, que inclui a expansão do metrô e corredores expressos de ônibus. Em segurança, mudanças também estão acontecendo. Desde 2007, como parte do programa desenvolvido para o Panamericano, em que não houve qualquer incidente, um novo modelo aproximando a polícia das comunidades vem sendo implementado com sucesso – disse Cabral.

Representando os atletas, a iatista Isabel Swan, medalhista olímpica, declarou seu amor à cidade e disse que disputar os Jogos no Rio será uma experiência única, “com sabor carioca”. Toda essa emoção contrastou com a apresentação de Tóquio, considerada fria e que se limitou aos aspectos técnicos. Ao fim das exposições, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, declarou em coletiva de imprensa que, para vencer, “mais importante que a economia, será o legado sustentável deixado na cidade-sede”. Os benefícios que os Jogos podem trazer para a população foram o tema principal do discurso de Eduardo Paes.

- O nosso projeto olímpico foi concebido de acordo com um plano estratégico de longo prazo para o Rio. As mudanças já começaram em transporte, na revitalização de algumas áreas, como o Porto, e também em meio ambiente. Um compromisso, por exemplo, é o plantio de mais de 24 milhões de árvores até 2016. Melhorias que não acabarão no último dia das Olimpíadas - afirmou o prefeito.

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