sexta-feira, 26 de junho de 2009

EMOP finaliza projeto do parque ecológico da Rocinha

Créditos à EMOP-RJ e a RJTV

A EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) finalizou o projeto do Parque Ecológico que será construído na Rocinha, elaborado em total integração com os moradores, que expuseram suas idéias através da Oficina do Imaginário realizada na comunidade. O projeto foi apresentado hoje, na sede da empresa, à imprensa e aos líderes comunitários da Rocinha.

O Parque Ecológico contará com diferentes equipamentos voltados para o turismo, lazer, esporte e cultura, distribuídos em uma área de 8.000 m² e 700 metros de extensão, com paisagismo exuberante, junto à Mata Atlântica. Entre estes equipamentos estão a praça do idoso, com aparelhos de cinesioterapia; ciclovia; áreas de ginástica; praça de cultura nordestina; Ecocentro (prédio com biblioteca, computadores, sala de conferência, sala para aulas de educação ambiental); ecotrilhas; anfiteatro; bosque infantil; e um café.



Os equipamentos foram escolhidos pela própria comunidade através da Oficina do Imaginário, um projeto que está sendo implementado pela EMOP nas obras de urbanização de favelas. Crianças, adolescentes e adultos que moram em áreas abrangidas pelas intervenções são convidadas a colocar em desenhos os equipamentos que desejariam ver incluídos nas obras. No caso do Parque Ecológico da Rocinha, 90% dos equipamentos propostos foram incluídos no projeto.

- Este parque é um projeto realizado a muitas mãos, várias delas da comunidade. Os moradores colocaram seus desejos no papel e agora podemos mostrar que eles foram atendidos – ressaltou Ruth Jurberg, coordenadora do trabalho social do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Complexo de Manguinhos, do Alemão e na Rocinha.

Para o presidente da EMOP, Ícaro Moreno Júnior, a integração com a comunidade permitiu enriquecer o projeto original, que já previa a criação do Parque Ecológico.

- Não mudamos nosso projeto. Tínhamos uma diretriz e continuamos nela. Nós nunca falamos só em ecolimites, já havíamos projetado o parque. Mas as idéias dos moradores, através do entendimento com as lideranças e da Oficina do Imaginário, contribuíram muito para o aperfeiçoamento do projeto – afirmou Ícaro Moreno.

Com 3.900 metros de extensão, o traçado dos ecolimites possibilitará a contenção do crescimento horizontal da Rocinha, preservando a floresta adjacente. Segundo o presidente da EMOP e as lideranças comunitárias, a polêmica levantada pela questão dos muros, de três metros de altura, foi encerrada.

O presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Antonio Ferreira de Mello, o Xaolim, afirmou que hoje entende que os muros são “necessários” em alguns trechos, para a proteção não só da mata, mas dos próprios moradores.

- Sem problemas em relação ao muro. A comunidade está satisfeita. O parque mostra que a integração da favela com a mata é possível, e o projeto é fruto da participação dos moradores, em uma integração entre a população e o Estado.

Willian de Oliveira, presidente do Movimento Popular de Favelas, disse que a construção dos ecolimites trará muitos benefícios para toda a comunidade da Rocinha, lembrando que não será construído apenas um parque; as ruas Maria do Carmo e Dionéia serão pavimentadas, e famílias que hoje vivem em áreas de risco ganharão moradias dignas.

O projeto recebeu a aprovação do governador Sérgio Cabral, e do vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão. As obras já foram iniciadas, com a realização da topografia e da sondagem no local onde será construído o ecolimite. As famílias que serão removidas foram cadastradas e dezenove delas já encerraram as negociações, optando pela compra assistida de uma nova moradia. A previsão é de que as obras sejam concluídas até fevereiro do ano que vem.

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