sexta-feira, 13 de março de 2009

Rio implanta modelo para produção agroecológica integrada e sustentável

Créditos à Secretaria de Agricultura

Centro do Rio de Janeiro

Nesta sexta-feira (13/3), a agricultura fluminense ganhou um importante aliado para o seu fortalecimento com o lançamento do projeto de implantação do sistema Pais – Produção Agroecológica Integrada Sustentável, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Adotando técnicas simples de produção agrícola, o projeto visa minimizar impactos sociais e ambientais, beneficiando 200 famílias moradoras dos municípios de influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em Guapimirim, Magé, Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Tanguá e Rio Bonito.

A proposta consiste na produção integrada de aves, hortaliças e frutas com aproveitamento cíclico da produção e de seus resíduos, como ocorre na cadeia alimentar. O sistema agroecológico dispensa uso de agrotóxicos, fertilizantes e defensivos agrícolas, queimadas e desmatamentos. Além de criar condições para melhorar a base alimentar das famílias, colabora para a conservação do meio ambiente, fomenta a ocupação no campo e gera renda a partir da venda do excedente de produção, favorecendo a permanência dos cidadãos em suas localidades.

As famílias que participam do projeto recebem kit-Pais, consultoria técnica e monitoramento durante dois anos para a execução de todas as etapas, desde a escolha e preparo do terreno até a venda da produção.

Na ocasião, o presidente da Emater-Rio, Justino Antônio da Silva, representando o Governo do Estado, informou que o secretário de Agricultura, Christino Áureo, já determinou que os técnicos da empresa sejam capacitados nessa tecnologia para ampliá-la para todo o estado.

– Esse sistema se encaixa com as ações da Secretaria de Agricultura para tornar o Rio de Janeiro pólo de agricultura sustentável. O modelo atende às características da atividade no território fluminense, que é basicamente desenvolvido por agricultores familiares. O Pais, além de unir os produtores na geração do alimento, permitirá a criação de excedentes que poderão ser comercializados, melhorando a renda das famílias.

Para o ator Marcos Palmeira, um dos incentivadores do projeto, o Pais representa uma revolução para o pequeno produtor, porque além de todos os benefícios, como a qualidade alimentar, vem num momento em que é discutido o aquecimento global.

– E a agroecologia é uma alternativa importante para essa questão. Além de política alimentar é também uma tecnologia social que livra o produtor da dependência da compra de insumos e adubos e tem preocupação com o meio ambiente. Pode ser um importante caminho para melhorar a vida do produtor familiar, não só no Rio, mas de todo o Brasil – afirma.

O Pais é montado em torno de um sistema de anéis destinados a culturas diferentes e complementares. O centro é utilizado para a criação de pequenos animais, como galinhas e patos, cujo esterco é usado para adubar as plantações, cultivadas em anéis. A irrigação é feita por gotejamento. Ao redor da unidade, pode ser criado o quintal agroecológico, que serve para o reflorestamento, cultivo de frutas e de espécies nativas e comerciais.

As Unidades de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável contam com o apoio da Fundação Banco do Brasil e da Petrobras, que irão investir cerca de R$ 9,6 milhões. O Pais também será implantado no Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. A estimativa é de que sejam beneficiadas em todo o Brasil 1.182 famílias.

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