segunda-feira, 9 de março de 2009

Abeoc-RJ divulga artigo sobre mercado carioca de eventos

Créditos à Beatriz Lemgruber

Vivo Rio

Desde batizados e casamentos a Copas do Mundo ou Jogos Olímpicos, o mercado de eventos, feiras e congressos está sempre entre os mais importantes para a economia de qualquer cidade, estado ou país. E um lugar como o Rio de Janeiro, por ser a principal porta de entrada do Brasil, tem a obrigação de incentivar o turismo de eventos.

Mas, infelizmente, perdemos espaço nos últimos anos . A violência, constante nos noticiários nacionais e internacionais, e a descoberta do filão por outras cidades do Brasil acabaram diminuindo a fatia do Rio de Janeiro no mercado de Feiras e Congressos. E por isto, precisamos nos unir com o poder público, em busca da reversão desse quadro.

Grande parte do esforço para captar eventos tem sido feito por organizadores, em conjunto com presidentes das entidades promotoras. Mas precisamos também da força do poder público e um bom exemplo disso é o evento "Meu Rio", nos dias 13 e 14 de março, no qual a ABEOC-RJ apresentará, para cerca de 300 convidados, locais e de outros estados, a estrutura do Rio de Janeiro para a realização de feiras, congressos e eventos. O projeto foi desenvolvido com verba do Ministério do Turismo e apoio do Rio Convention & Visitors Bureau.

Até 1998, ano do XIII Congresso Mundial de Cardiologia – um dos últimos grandes eventos dessa natureza na cidade –, o Rio de Janeiro era sede de 80% dos grandes congressos realizados no país. Naquela oportunidade, participaram nada menos que 15 mil médicos.

Os congressos internacionais estão entre os melhores produtos que uma cidade pode buscar, pois, normalmente, são eventos grandes e atraem participantes de bom poder aquisitivo e alto padrão intelectual. São turistas especiais, formadores de opinião, que gastam cerca de U$S 350 por dia e que acabam voltando ao destino, ou indicando a cidade a outros.

Associadas à Abeoc, as empresas organizadoras de eventos são, em sua grande maioria, de pequeno porte e crescem muito perto dos eventos. Todas trabalham normalmente com serviços terceirizados e, ao somar os fornecedores (centros de convenções, equipamentos, gráficas, brindes, montadoras de estandes) com o pessoal temporário (recepcionistas, interpretes e pessoal de apoio), geram muitas oportunidades de emprego.

Durante anos, os grandes congressos internacionais só aconteciam no Rio de Janeiro ou em São Paulo, com números entre mil e 15 mil participantes. Na última década, no entanto, várias cidades brasileiras descobriram a importância de investir neste nicho, com investimentos em modernos centros de convenções e publicidade. Os grandes congressos nacionais também passaram a ser disputados por várias cidades brasileiras. São eventos que, hoje, variam de mil a oito mil participantes. Neste caso específico, a imagem de cidade violenta que o Rio de Janeiro passa, através dos noticiários, também colaborou para perda dessa fatia de mercado.

Além dos grandes congressos, diversos eventos corporativos e técnicos agregam de 100 a 300 participantes e podem acontecer simultaneamente em hotéis do Rio. A soma deles, em um dia, pode equivaler a um grande congresso e, por isso, também são grandes geradores de turistas e empregos. Para sediar os pequenos eventos, existem vários lugares no Rio, mas para os congressos maiores (de mil a três mil pessoas) temos poucos espaços. Com isso, os preços são mais salgados que os de São Paulo e, sobretudo, das cidades onde há apoio governamental para atraí-los.

Precisamos mobilizar a iniciativa privada, lojas, restaurantes, hotéis e, especialmente, o poder público, pois todos na cidade se beneficiam das receitas trazidas por esses eventos

Eventos como Carnaval, Réveillon, shows na praia de Copacabana e campanhas pela Copa do Mundo e pelos Jogos Olímpicos, são essenciais para a economia e imagem da cidade e dependem, sobretudo, de decisões políticas e do poder público, mas, no entanto, não podemos descartar a necessidade de investimentos para trazer de volta os grandes congressos técnicos e científicos para o nosso Estado.

O Rio de Janeiro tem tudo para ser uma das cidades mais disputadas do mundo para eventos. Para isso, falta, apenas, um pouco mais de vontade e envolvimento de todos.

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