quinta-feira, 16 de julho de 2009

Audiência Pública viabiliza estrada para Mauá

Créditos à SEA

Pedra do Escorrega-Visconde de Mauá

A Ceca, órgão da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), realizou na última terça-feira (14/07) audiência pública, em Visconde de Mauá, na Região do Médio Paraíba, para apresentação do Estudo do Impacto Ambiental das obras para a implantação da Estrada-Parque Capelinha-Mauá. Se depender do resultado do encontro, o empreendimento já é uma realidade. Primeira obra do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) a ser desenvolvida no estado, ela tem na população local seu maior defensor, já que a estrada existente hoje não oferece segurança. A expectativa é de que a rodovia esteja pronta até o final de 2010.

O objetivo da audiência pública foi apresentar à sociedade o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) referente às obras da estrada-parque que irá unir a RJ 163 (estrada Capelinha-Maringá) à RJ 151 (estrada que liga Maromba à Ponte dos Cachorros). O empreendimento proposto consiste na pavimentação e adequação ambiental de cerca de 30 km das estradas, totalmente inseridas na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira. A partir da data da realização da audiência, representantes da sociedade terão 10 dias corridos para apresentar críticas e sugestões a respeito do projeto. Em seguida, o relatório será encaminhado à Ceca, órgão da Secretaria Estadual do Ambiente, que decidirá quanto à emissão da licença prévia ambiental.

Para o subsecretário estadual de Urbanismo, Vicente Loureiro, a estrada-parque irá favorecer a toda a região. Segundo ele, os moradores ganharão com a melhor qualidade no deslocamento, os turistas terão o acesso facilitado às vilas de Mauá, Maringá e Maromba e o estado ganhará a primeira estrada-parque com preocupação na preservação ambiental e na valorização da paisagem da região. O projeto prevê passagens subterrâneas e aéreas para os animais, além de uma série de mirantes que permitirão melhor apreciação do local.

- Essa é uma área importante para o turismo fluminense, porque reúne a paisagem rural, área de preservação e belas cachoeiras. Queremos incentivar a vocação turística da região, criando postos de trabalho e geração de renda para a população. Mas, acredito, os principais beneficiados serão os moradores, que terão uma estrada que irá garantir o direito de ir e vir com segurança – ressaltou Loureiro.

O novo projeto prevê uma estrada com largura de seis a oito metros, pavimentação asfáltica com polímeros – que irá garantir uma vida útil de 15 anos para a rodovia -, contenção das barreiras com taludes e recuperação da vegetação original e deques projetados em algumas áreas de mirante, para que a população possa ter uma visão mais abrangente dos vales do Paraíba e do Rio Preto. Na área de Capelinha, será construído um pórtico de acesso à região.

Os moradores afirmam que as obras chegam em boa hora. O pedido inicial de melhoria da estrada surgiu em 1998, feito pela população, e, desde então, espera-se a definição de uma forma de melhorar o acesso às vilas de Mauá, Maromba e Maringá. Os prefeitos de Resende, José Rechaun Júnior, e de Itatiaia, Luiz Carlos Ypê, são favoráveis ao projeto e confirmaram isso na audiência pública. Para ambos, a estrada será um indutor de novos investimentos e trará mais tranqüilidade para a comunidade local que, hoje, se necessitar de um médico durante a noite, precisará esperar o dia seguinte para ser levada ao hospital.

- É preciso que as pessoas tenham consciência de que os principais beneficiários serão os próprios moradores, que terão acesso a uma estrada que garante tráfego seguro, a qualquer hora. Será o momento de colher os frutos de um trabalho excepcional da comunidade, que começou há muitos anos – afirmou Ruy Saldanha, ex-secretário de Obras de Resende e morador da região.

O principal questionamento dos moradores diz respeito a uma integração dos projetos de saneamento básico e urbanização com o município de Bocaina de Minas, em Minas Gerais , que faz divisa com todo o vale. Loureiro frisou que há uma disposição do governo fluminense de ajustar os projetos com o governo de Minas Gerais, para que todos saiam ganhando. As obras de saneamento na região irão garantir a preservação dos mananciais da bacia do Rio Preto.

Participaram ainda da audiência Antonio Carlos Gusmão, do Comitê Estadual de Controle Ambiental (CECA); Maurício Couto, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea); Paulo Fontanezi, secretário de Meio Ambiente de Resende; Conceição de Carvalho, vice-prefeita de Bocaina de Minas; Elizabeth Pessoa, diretora da Fundação Departamento de Estradas de Rodagens (DER/RJ) na região; Rogério Rocco, do Instituto Chico Mendes; Monica Monteiro, subsecretária estadual de Turismo; e Renato Quintanilha, chefe-de-gabinete da secretária estadual de Turismo, Esporte e Lazer; além de diretores de diversos órgão estaduais e dos municípios envolvidos.

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