quarta-feira, 24 de junho de 2009

Obras do PAC na Rocinha começam a aparecer!

Créditos á Guedes de Freitas

A Rocinha, na Zona Sul do Rio, a exemplo dos complexos de Manguinhos e Alemão, na Zona Norte, em breve terá inauguradas as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com quatro frentes de trabalhos, as intervenções previstas no programa começam a se tornar visíveis na comunidade, no ritmo intenso de máquinas e operários do consórcio de empresas de engenharia, contratado pela Empresa de Obras Públicas (Emop), da Secretaria de Obras.

Com 70% da sua estrutura prontos, o complexo esportivo, à esquerda de quem sai do Túnel Dois Irmãos, já se ergue por detrás do tapume de madeira que margeia a Auto-Estrada Lagoa-Barra. No centro da comunidade, na área da subida da Cachopa, já estão em pleno andamento os trabalhos do futuro Centro de Convivência, Comunicação e Cultura, mais conhecido por C4. E, na entrada do túnel, iniciaram-se recentemente as obras de implantação do plano inclinado e da passarela projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

A Emop prevê ainda o início nos próximos dias das obras de implantação de um Complexo de Assistência à Saúde (CAS), na Curva do S, e a construção da creche e do conjunto habitacional, no terreno onde hoje funciona uma garagem de ônibus, tão logo o governo do estado se livre dos entraves de uma ação na Justiça que estão na reta final.

Em seguida, a Emop iniciará as obras viárias na Rua 2 com a Rua do Valão, na Rua 4 e na Via Sul. No momento, ocorrem as desapropriações de casas ali situadas. As famílias que não optarem pela indenização serão alocadas em moradias de aluguel até o conjunto habitacional ficar pronto, onde elas ganharão moradia definitiva.

– Também dentro do PAC, estão previstas nesta área obras em becos e escadarias para melhorar as condições das casas e prédios em volta. Neste trecho da Rocinha, é muito alto o índice de incidência de tuberculose – informou a gerente de projetos da Emop, Luciana Arrais.

O C4 terá seis andares. No térreo, haverá um grande salão para exposições de artes e artesanato; no segundo andar, um teatro; no terceiro, salas de aulas, para diversas atividades e aprendizados, com um terraço em anexo; no quarto, biblioteca; no quinto, restaurante e uma área de convivência; e, no sexto, caixas d´água e casa de máquinas.

– No momento, estamos quebrando uma enorme rocha que fica na parte frontal do terreno. Por isso, estamos com apenas 25 operários, mas o número vai aumentando com a intensificação das obras – informou o engenheiro José Carlos Rodrigues.

Já o engenheiro responsável pelo plano inclinado e a passarela, Marcus Aurélio Xavier, prevê muito trabalho para executar as duas obras. O plano, com 150 metros de extensão, por estar num terreno de difícil acesso, devido à acentuada inclinação, e a passarela pelo grau de dificuldade do projeto de Niemeyer. Na primeira frente, 40 operários trabalham na fixação de cerca de 98 estacas. Estão previstas três estações – uma no acesso à comunidade e outras duas na Via Sul e na Rua 1. O bondinho terá capacidade para 20 passageiros, além de um anexo destinado a transporte de cargas e lixo. As obras devem durar um ano.

- O plano inclinado facilita a rotina de todos os moradores, principalmente das pessoas com deficiência física, idosos e gestantes. O bondinho que implantamos no Dona Marta comprova isso e se tornou essencial para o deslocamento das pessoas – afirmou o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão.

Na passarela, o estaqueamento já está concluído e os 80 trabalhadores fazem agora a colocação dos blocos de coroamento.

– Em duas semanas, começaremos a montar a estrutura da passarela. Temos uma subempreiteira para fazer a raiz da fundação e eles me disseram que, em 30 anos de experiência, nunca enfretaram tanta dificuldade para executar um projeto. Como se vê, é uma fundação atípica, complicada. Sem falar na própria estrutura que, por ser sinuosa, terá de ser moldada in loco. Enfim, um constante desafio – constata o engenheiro.

Situado num terreno de seis mil metros quadrados, o complexo esportivo e de lazer deverá ser inaugurado em dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador Sérgio Cabral. No térreo, além de estacionamento, com 200 vagas, haverá usina de reciclagem, pista de skate, uma escola de surfe e um juizado de pequenas causas. A parte de cima terá duas piscinas, uma para adultos e outra para crianças, duas quadras poliesportivas, centro médico e um restaurante. E, sobre a laje, haverá um campo de futebol com 80 metros de extensão, além de vestiários e uma churrasqueira.

Iniciada em março do ano passado, a obra emprega no momento 250 operários, comandados pelo engenheiro Hilmar Monteiro. O consórcio, no entanto, inicia a contratação de mais trabalhadores para as novas frentes de obras.

– Com 70% da estrutura do prédio prontos, iniciaremos agora a parte de alvenaria e acabamento, como impermeabilização, pintura e instalações elétricas e hidráulicas – afirmou Monteiro.

A Emop incluiu um projeto novo no PAC da Rocinha, o centro de judô, que ficará na parte de trás do terreno do centro esportivo, mas será independente deste, com entrada própria.

Nenhum comentário: