terça-feira, 31 de março de 2009

Educação integrada à favela no Complexo do Alemão

Créditos ao site do Governo do Rio de Janeiro

Complexo do Alemão

Dentro de uma nova filosofia de trabalho envolvendo unidades escolares situadas em áreas de risco e a comunidade em seu entorno, a Secretaria de Educação deu o pontapé inicial a essa interação que pretende estabelecer uma relação mais próxima entre as partes, começando pelo CAIC Theóphilo de Souza Pinto, na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. A ideia é resgatar a autoestima dos alunos e o comprometimento da sociedade circunvizinha em favor dos estudantes.

A unidade está passando por um processo de remodelagem especial, assinado pelo designer Luiz Stein. A inspiração para as cores externas, amarela e laranja, veio, segundo Stein, do sol, que irradia luz por todos os lados. Os muros laterais serão substituídos por grades para que a comunidade possa ver o colégio e vice-versa.

- O CAIC é localizado num lugar geograficamente privilegiado do complexo. Pensei, então, que ele deveria se assemelhar ao sol, que é algo vivo, atuante – adiantou.

O projeto passa pela retirada de muros, colocação de janelas nas salas fechadas, pintura de paredes com cores simbólicas, instalação de nova iluminação e fazer do espaço livre do pátio uma espécie de Jardim Botânico.

- Cada cor tem um motivo. O azul passa tranquilidade e incentiva a imaginação. Essa escola tem uma posição central na favela. Em vários pontos da comunidade ela é visível. Então, por que não torná-la o sol? Já a ideia de retirar os muros é para vazar a escola para a comunidade. Os pais vão acompanhar os filhos do portão de casa. É uma forma de criar a sensação de pertencimento aos moradores. Eles vão cuidar da unidade, porque ela se tornará visível - explicou Stein.

A mudança visual dos prédios faz parte de uma estratégia do governo do estado para resgatar a autoestima dos estudantes. A remodelagem das escolas públicas passa também pelo aspecto pedagógico. Além das aulas regulares, os alunos de unidades do estado em locais de risco terão oficinas culturais, atividades esportivas e atendimento médico.

- Defendemos que a interação entre escola e comunidade deve ser permanente. O projeto que levaremos a diversas áreas tensas e que se inicia pelo Alemão parte das demandas da comunidade. Os profissionais que estão trabalhando na reforma foram recrutados entre os moradores. Com ações como essa, queremos que os moradores façam parte do dia a dia das escolas”, explica a secretária de Educação, Tereza Porto.

O Theóphilo de Souza Pinto servirá de modelo para as outras 87 unidades situadas em áreas de risco. A ideia da Secretaria de Educação é que a escola seja um centro de referência, interferindo positivamente na comunidade e incentivando atividades que levem à perspectiva de um futuro melhor.

Na área pedagógica, a proposta é implantar, em parceria com o MEC, Ensino Médio integrado à Educação Profissional, em horário integral, e Ensino Técnico à Distância, com a oferta do curso de Agente de Saúde Comunitário. O CAIC também receberá projetos de leitura, cultural, digital e de coral, em parceria com a Secretaria de Cultura. Com a Secretaria de Saúde, a ideia é montar um centro médico e odontológico.

- A meta não é só melhorar as notas e reduzir os índices de evasão. Pretendemos com essas ações formar valores – explica a coordenadora de Ensino Médio da Secretaria de Educação, Maria Minerva.

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