quarta-feira, 25 de março de 2009

Audiência discute futuro dos aeroportos Santos Dumont e Galeão

Créditos à SETRANS-RJ

Aeroporto Santos Dumont

Representantes da sociedade civil, entidades ligadas à indústria, turismo e comércio, representantes do Governo do Estado, da Prefeitura do Rio, da Infraero, da Anac e das principais companhias aéreas do país se reuniram, nesta sexta-feira (20/03), para mais uma rodada de discussão sobre o destino dos dois principais aeroportos do Rio, o Galeão e o Santos Dumont. A audiência, proposta pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, aconteceu na Associação Comercial Rio de Janeiro (ACRJ) e colocou de lados opostos os técnicos da Anac, que defendem a abertura de novas rotas aéreas no Santos Dumont e os que defendem a concentração de voos no aeroporto internacional Galeão/Tom Jobim.

O debate destacou o impacto e as consequências econômicas da anulação da Portaria n.º 187 da ANAC, que flexibiliza regras e restringe o uso dos dois aeroportos. Representantes da ANAC defenderam que as empresas do setor aéreo podem escolher a melhor alocação de suas linhas, lembrando os artigos 48 e 49 da lei de criação da entidade que prevê a liberdade operacional e tarifária das empresas. A ANAC alega que essa medida não compromete a conectividade do aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, pois este continuaria recebendo, embora em menor proporção, voos de outros estados para realizarem conexões na cidade com destinos internacionais.

Já o Governo do Estado e até um representante da Infraero defenderam a importância e a necessidade de fortalecer o aeroporto Galeão, como um hub nacional. O superintendente do Galeão, José Wilson Massa, afirmou que hoje o aeroporto movimenta 15 milhões de passageiros por ano, número que após reforma já iniciada pela estatal saltará para 20 milhões. Ele lembrou que o Galeão vive um momento propício para novas rotas internacionais, uma vez que os aeroportos de São Paulo, principais concorrentes, estão saturados.

- Basta olhar para os números de passageiros dos últimos cinco anos, desde que limitaram as operações pelo Santos Dumont o movimento do Galeão só cresceu, saltando de 8,8 milhões de passageiros em 2005 para 10,7 milhões de passageiros ano passado – destacou Massa, pontuando que este não é o momento ideal para se mexer na distribuição de voos no Rio.

O subsecretário de Transportes Delmo Pinho lembrou ainda que o cenário mundial aponta para um período de crise prolongada e que em momento críticos como este concentrar os voos em um único aeroporto é a melhor maneira de fortalecê-lo, inclusive como referência internacional.

O secretário Julio Lopes, que representou o governador Sérgio Cabral no evento, disse que o estado, através da Secretaria do Ambiente, já notificou a Infraero sobre a liberação de novos voos pelo Santos Dumont. A empresa pode ser multada em até R$ 1 milhão caso autorize rotas além da ponte aérea Rio-São Paulo para aviões com capacidade para mais de 50 passageiros, o que é proibido por resolução do antigo DAC – Departamento de Aviação Civil

- A posição do governo é de fortalecer o Galeão. Não temos nada contra a revitalização do Santos Dumont, desde que seja num outro momento, quando o Galeão já estiver consolidado como hub nacional. Abrir o Santos Dumont agora é criar um concorrente para nosso principal aeroporto dentro do estado. O que seria um crime, depois de tantos investimentos e esforços que o governo do estado e o governo federal, através da Infraero, vêm aplicando no Galeão – finalizou o secretário.

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