segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Estado mantém museu em homenagem a Carmen Miranda no Parque do Flamengo

Créditos à Secretaria de Educação

Parque do Flamengo

Uma opção de entretenimento bom e gratuito para quem está de férias é conhecer o Museu Carmem Miranda, no bairro do Flamengo. Por meio das 3.500 peças do acervo, o visitante pode fazer uma viagem no tempo e conhecer a vida desta cantora que faria 100 anos no dia 9 de fevereiro.

Ela foi uma das primeiras artistas a representar o Brasil no exterior e chegou a ser rotulada de americanizada por causa do enorme sucesso que fazia nos Estados Unidos.

Trajes de cena e sociais, os sapatos de plataforma, os iconográficos turbantes e os famosos balangandãs estão expostos no museu, dedicado a mostrar a trajetória da Pequena Notável. Também é possível encontrar expressiva documentação, desde roteiros e cartazes de alguns dos 20 filmes de que participou, além do traje que usou em sua estréia na Broadway e a foto do dia que deixou sua marca na Calçada da Fama, em Hollywood, Estados Unidos.

A trajetória da Pequena Notável

Nascida Maria do Carmo Miranda da Cunha, ela ganhou o apelido de Carmen devido ao interesse do pai por ópera e pelo fato de, desde a infância, estar sempre cantando. Ao contrário do que muitos pensam, não era brasileira e sim portuguesa, natural de Marco de Canavezes, distrito do Porto. Quando Carmen estava com dez meses, a família mudou-se para o Rio de Janeiro.

Na adolescência, começou a trabalhar em lojas de chapéus. Para atrair clientes para o estabelecimento, tinha uma tática especial: cantava.

Em 1928, o acaso lhe ajudou. O jornalista Aníbal Duarte, ao passar pelo trabalho de Carmen, a ouviu cantar e, impressionado com o talento da jovem, a apresentou ao violonista Josué de Barros, figura ímpar na carreira da portuguesinha que conquistaria o mundo.

No ano seguinte, Carmen começou a participar de festivais e de programas de rádio. A consagração como "Rainha do Disco" e como "A Maior Cantora Popular Brasileira" aconteceu graças ao enorme sucesso alcançado com a música Pra Você Gostar de Mim, mais conhecida como Taí, de Joubert de Carvalho.

A partir disso, Carmen Miranda chegou ao estrelato e não parou mais. Suas apresentações lotavam os cassinos Atlântico, Copacabana e da Urca. Na época, músicos e cantores recebiam cachê por apresentação, mas o talento a levou a assinar contrato com a Rádio Mayrink Veiga. Quando, em 1939, foi apresentada ao empresário americano Lee Schubert, começou sua carreira internacional.

Músicas não faltavam para a estrela. A famosa indumentária teve origem quando Dorival Caymmi compôs a música O que é que a baiana tem?, em 1939. Segundo a sobrinha da cantora, Maria Paula Richard, Carmen não sabia como era uma baiana e foi pesquisar. A partir do que viu, passou a criar as roupas que se tornariam sua marca registrada. O salto tipo Anabela, inexistente na época, foi uma criação da Pequena Notável, que, com 1,54 metro de altura, precisava de um sapato alto e ao mesmo tempo leve para fazer os shows.

Em Nova Iorque, os palcos da Broadway serviram para consagrá-la internacionalmente. Em Boston, estreou Streets of Paris, dando início à trajetória de intensos compromissos nos Estados Unidos, o que a deixou longe do Brasil por alguns anos.

Em 1940, durante um banquete na Casa Branca, Carmen Miranda se apresentou para a elite norte-americana. Na platéia estava o então presidente Franklin Roosevelt.

De volta ao Brasil, suas apresentações, no Cassino da Urca, eram aplaudidas de pé pelo público.

O intenso ritmo de trabalho – foram mais de 20 filmes e inúmeras canções gravadas – levou a cantora a ficar dependente de medicamentos. Com a saúde frágil e desobedecendo às recomendações médicas, Carmen voltou para os Estados Unidos.

Na noite de cinco de agosto de 1955, um colapso cardíaco fulminante vitimou a estrela, aos 49 anos de idade. O corpo, trazido para o Brasil, foi sepultado no Cemitério São João Batista, sob o choro de uma multidão.

Serviço

O Museu Carmen Miranda fica na altura do número 560 da Avenida Rui Barbosa, no Parque do Flamengo. Ele funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. A entrada é franca. Mais informações pelo telefone (21) 2334-4293.

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