domingo, 25 de janeiro de 2009

Teatros estaduais: berço da história cultural e política do Rio de Janeiro

Créditos à Julia de Brito

Theatro Municipal do Rio

A Secretaria de Cultura administra seis teatros no Estado do Rio: Armando Gonzaga, em Marechal Hermes; Arthur Azevedo, em Campo Grande; João Caetano, no centro do Rio; Mário Lago, em Vila Kennedy; e Villa-Lobos e Gláucio Gill, em Copacabana. Os equipamentos utilizados pela população fluminense fazem parte da história teatral brasileira, mas este passado nem sempre é lembrado ou conhecido pelas gerações mais recentes. Cada espaço, gerido pelo Governo do Estado, recebeu personalidades ilustres da arte, como Procópio Ferreira (1898-1979), um dos precursores do teatro no país. É o caso do Armando Gonzaga, equipamento teatral localizado em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio. O local recebeu o artista, pai da atriz Bibi Ferreira, além de atores e atrizes renomados, como Tarcísio Meira, Glória Menezes e Fernanda Montenegro.

Na década de 70, o teatro Armando Gonzaga integrou o grande circuito de espetáculos, apresentando na Zona Norte sucessos de público e crítica como “Um Edifício chamado 200”, de Paulo Pontes, com Milton Moraes e José Renato, e “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, de Plínio Marcos. Nos anos 80, o espaço foi também parada obrigatória de humoristas. Nomes como Costinha (1923-1995), Carvalinho (1927-2007), Nádia Maria (1932-2000), Nick Nicola e Dercy Gonçalves nele se apresentaram.

Em 1981, após as obras de reforma, o cantor e compositor Moraes Moreira e o conjunto Coisas Nossas comandaram a festa de sua reinauguração. No mesmo ano, o projeto Fim de Tarde chegava à região promovendo encontros insuperáveis de expoentes da chamada MPB. O público lotava o teatro para ver João Bosco, Joyce e Nelson Cavaquinho, entre outras personalidades da música.

Entre os mais conhecidos teatros do Estado do Rio, está o Gláucio Gill, localizado na Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana. O prédio inaugurado no governo de Carlos Lacerda teve como primeiro nome Teatro da Praça. O equipamento, que começou a funcionar em 1958, recebeu em sua estréia a peça infantil “O Bobo Bobão”, de Lígia Nunes, com direção de Fábio Sabag, e elenco formado por Cláudio Correa e Castro, Roberto de Cleto, Roberto Ribeiro, entre outros. O teatro nasceu a partir da cessão do auditório do Centro de Recreação e Cultura da Escola Municipal Dom Aquino Correa a atores oriundos do “Tablado”. A homenagem ao ator e autor teatral Gláucio Gil ocorreu em 1965, após sua morte.

Mais antigo entre os teatros do estado, o João Caetano, inaugurado em 12 de outubro de 1813 por D. João VI, já foi palco de espetáculos de sucesso e nos últimos anos acolheu musicais e shows de música. Durante décadas, o Teatro João Caetano confirmou sua vocação para projetos populares como o Seis & Meia, sob o comando do produtor cultural Albino Pinheiro (1934-1999). Atualmente, oferece a quem mora no Estado do Rio a oportunidade de assistir ao musical “Tom e Vinícius”.

Outro espaço conhecido por receber grandes produções brasileiras, o Villa-Lobos foi inaugurado em 8 de março de 1979 e faz parte da história dos cariocas.

Para Eva Doris, superintendente de Artes da Secretaria de Cultura, os teatros estaduais são memórias vivas da história teatral brasileira e precisam estar em funcionamento constante para formar platéia e ampliar seu público.

- O objetivo do Governo do Estado é manter esta história viva por meio do funcionamento e da permanente atuação dos atores e atrizes, sejam eles consagrados, sejam eles pesquisadores de novas linguagens, novos talentos. Tentamos fazer um trabalho de formação de platéia, de trazer o público local para dentro do teatro – disse.

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