quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Estado começa a dragar Canal do Cunha ainda este ano

Créditos à Guedes de Freitas

Canal do Cunha

O próximo passo da Secretaria do Ambiente na foz do Canal do Cunha, que deságua na Baía de Guanabara, próximo à Ilha do Fundão, será a dragagem de toda a área. A licitação das obras está em andamento e a secretária do Ambiente, Marilene Ramos, acredita que, ainda este ano, a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) poderá dar início à dragagem.

– Hoje, este canal é muito poluído, mas, com a dragagem que vamos fazer aqui e no Canal do Fundão e com o avanço das obras do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), toda esta área poderá se tornar mais limpa. O importante, porém, é manter as margens desocupadas – pregou a secretária.

Nesta quarta-feira (12/11), pela manhã, Marilene Ramos e o presidente da Serla, Luiz Firmino Martins, inauguraram a recuperação da ecobarreira de 60 metros instalada na foz do Canal do Cunha e o pequeno parque fluvial implantado na margem próxima ao Complexo da Maré, após a remoção de mais de 150 barracos que tinham invadido o local. A Secretaria do Ambiente também instalou um ecoponto para coleta de material reciclável.

Antes da recuperação da ecobarreira, que estava avariada, a cooperativa de catadores contratada conseguia retirar apenas quatro toneladas por mês de lixo acumulado. Com a nova ecobarreira, foram retiradas 12 toneladas de material, em outubro. Os catadores fazem a reciclagem e o restante é levado por caminhões para o lixão de Gramacho, como ocorre nas demais ecobarreires.

Segundo a secretária, foram retiradas, de fevereiro a outubro deste ano, 2,6 mil toneladas de lixo flutuante nas oito ecobarreiras instaladas em rios e canais da Região Metropolitana – Canal do Cunha, Rio Meriti, Rio Meriti/Ceasa, Irajá, Docas, Itanhangá, Arroio Fundo e Marapendi.

– Isto dá uma média de mais de 200 toneladas de lixo mensais. A maior parte deste lixo é residencial, o que reforça a necessidade de conscientizar a população da gravidade do ato de jogar lixo nos canais e rios. Sabendo disso, a população vai procurar uma caçamba para despejar o lixo ou guardá-lo até a passagem dos garis comunitários ou dos caminhões de limpeza. No caso desses serviços estarem deficientes, as pessoas têm de reclamar, procurar os órgãos públicos pertinentes para fazer a denúncia, mas jamais jogar o lixo nos rios – argumentou Marilene Ramos.

Para tanto, a Secretaria do Ambiente prepara uma grande campanha publicitária de conscientização da população, cujo lançamento será feito no dia 24 de novembro, nas emissoras de televisão. Ela será precedida de um mutirão piloto, no dia 19, com a limpeza das duas margens do Rio Pavuna-Meriti, por voluntários e funcionários da Serla.

– Vamos passar um pente fino nas margens, desde a foz do Rio Meriti, na Baía de Guanabara, até a nascente do Rio Pavuna, em Gericinó, numa experiência pioneira que vamos estender aos outros rios no entorno da Baía – informou Marilene Ramos.

Nos mutirões, estarão também agentes de saúde da Secretaria de Saúde e Defesa Civil, para detectar possíveis focos do mosquito transmissor da dengue e orientar a população para o risco da proliferação do mosquito por conta do acúmulo de lixo nas margens de rios, enquanto os agentes ambientais farão o mesmo com relação à degradação e aos transtornos provocados pelo lançamento de lixo nos rios, como as enchentes do período de verão.

– Essas comunidades são as que mais sofrem com a atitude de jogar lixo nos rios, pois, com a inundação das casas, perdem bens e contraem doenças. Até mortes ocorrem, entre outros transtornos. A população precisa nos ajudar nesta luta – pediu a secretária.

A Secretaria do Ambiente vai instalar mais ecopontos para recolhimento de material reciclável em muitos lugares da Região Metropolitana, além de tentar detectar falhas na coleta de lixo, inclusive cobrando a responsabilidade de empresas de limpeza urbana para uma melhoria na prestação do serviço. A propósito, o presidente da Serla, Luiz Firmino Martins, disse que o órgão estuda fórmulas de incentivar a população a reciclar o lixo em casa e levá-lo até o ecoponto mais próximo.

– Há experiências que ainda não foram discutidas com as comunidades, pois dependem da aceitação delas para funcionarem, como o projeto que chamamos de limpou, trocou e ganhou, que consiste na troca de um objeto usado por alguma recompensa a ser ainda definida. Pode não ser necessariamente dinheiro, mas vale alimentação, vale para construção civil. São idéias que estamos estudando para ampliar a função dos ecopontos - completou Firmino.

Nenhum comentário: